Permabrasuca registra experiências em SC

A atuação local do Núcleo de Estudos em Permacultura da UFSC vem há muitos anos interagindo com experiências em permacultura em Santa Catarina. Ao longo dessa história e do ano de 2025 o projeto focou na descrição e sistematização dessas conhecidas experiências, mas também, verificação de novas iniciativas que brotam nesse território.

Em Florianópolis repassamos experiências do Instituto Çarakura para o tratamento de águas cinzas e técnicas de bioconstrução, como o calficite.

Em Rio Fortuna revisitamos materiais de registro para trazer técnicas aplicadas na produção de alimentos no sítio Moinho de luz, tocado pelo casal Stefanie e Reinaldo, que fez o CPP com a equipe do NEPerma em 2014 e aplicou em casa os conhecimentos da permacultura, aproveitando de forma eficiente cada canto do seu espaço de vida.

Em Anitápolis selecionamos uma série de materiais sobre o espaço de vida da família Silva, uma referência em permacultura em Santa Catarina, que temos a oportunidade de compartilhar nosso tempo de caminhada desde 2012, buscando popularizar conhecimentos permaculturais, levando uma tanto de estudantes para conhecer esta exitosa experiência. Com tanta técnica e sapiência fica até difícil de descrever tudo.

O sítio Igatu em São Pedro de Alcântara, que já conta com algumas publicações na plataforma de troca de saberes do Permabrasuca, mostra a importância da experimentação para levar às formações em permacultura Brasil afora, um conteúdo compreendido, sistematizado de lógica reaplicável.

Ainda em São Pedro de Alcântara, visitamos a ecovila Yvy Porã, que desenvolve sistemas sintrópicos de prodição de alimentos e aplica técnicas de biocontrução, zoneamento energético e organização comunitária coletiva desde 2002. E ainda, pudemos conferir a casa bioconstruída da Lisiê e Deise que foi projetada pela permacultora Carolina Dal Soglio, parceira de longa data do NEPerma/UFSC.

No planalto conhecemos três experiências em São José do Cerrito. O sítio Wakayu onde Jorge e Suzana vivem estruturando um espaço familiar com bioconstruções, planejamento energético do território e a valorização de espécies florestais. Ao lado deles, a experiência do sítio Raízes onde o manejo de grandes animais se destaca, mas também o planejamento das águas e a produção de uvas e sucos orgânicos.

Ainda em São José do Cerrito, visitamos o sítio Pôr-do-Sol, que se dedica a criação de grandes animais para a produção de leite com manejo racional das pastagens, visando o posterior beneficiamento para queijos, através de uma agroindústria.

Em Imbituba, visitamos a Morada Ekoa onde Felipe iniciou uma séria de iniciativas de bioconstrução em superadobe e formações em permacultura, que viram muitas pessoas passarem para mudar seus rumos de vida.

Em Garopaba conhecemos o Jardim 108, um quintal muito produtivo pensado através de uma “agrofloresta de bolso”, onde Dante busca aproveita cada metro quadrado para produção de comida saudável.

Em Paulo Lopes tivemos a oportunidade de ver os frutos do curso de Especialização em permacultura da Rede NEPerma Brasil, aplicados pela permacultora Marjorie e seu companheiro Chico na escola Targina, trazendo para esse ambiente de formação de cidadãos, ensinamentos de educação ambiental crítica.

Em Rio do sul conversamos com as professoras Karla e Marja do Instituto Federal Catarinense (IFC). Elas atuam no curso técnico em agroecologia, inserindo conhecimentos da permacultura para aperfeiçoar a visão sistêmica dos educandos. E ao lado do IFC, a experiência com SAF da família Triches, que aproveita a sucessão ecológica para introduzir, “de carona”, espécies de interesse em condições bioclimáticas adequadas ao seu êxito.

Em Ibirama, revisitamos o espaço de vida da família Moretti, a Morada João de Barro, para registrar a nova casa bioconstruída, compreender sua atuação na organização comunitária e ver a regeneração do ambiente, passados alguns anos de um evento extremo que mudou todo o planejamento permacultural.

Numa breve passada em Lontras, conhecemos o sítio de permacultura Esperança, onde Gleison e os amigos Luana e Jorel seguem praticando a permacultura por meio do desenvolvimento de SAF, da venda em feiras locais e da aplicação dos conhecimentos em paisagismos produtivos na região.

Já no médio vale do rio Itajaí conhecemos o coletivo que toca o Instituto de Permacultura Vale do Itajaí, que opera aplicando uma série de técnicas de organização coletiva para atender demandas de consultoria em planejamento de espaços sustentáveis e, no estabelecimento da própria sede, onde são aplicadas e testadas uma série de técnicas e tecnologias sociais.

Ainda em Indaial, conhecemos a iniciativa da prefeitura municipal na promoção do saneamento ecológico rural descentralizado, com a implantação de mais de uma centena de bacias de evapotranspiração, uma tecnologia que foi incorporada como política pública.

Junto a Fundação Universidade Regional de Blumenau, a FURB, conhecemos um pouco da experiência do professor Alessandro Guedes, que desenvolve a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares visando o atendimento de demandas regionais de organização social.

Em Balneário Camboriu tivemos a oportunidade de conversar com a Mildred e entender sua atuação como arquiteta e permacultora, que promoveu uma série de formações no espaço Nova Oikos e segue atuando na consultoria em projetos de bioconstrução.

Logo após, registramos o espaço rural Panaceia em Camboriú, onde são aplicadas técnicas compostagem, bioconstrução e de desenvolvimento de mudas de espécies silvestres para compensação ambiental, tocadas pelo engenheiro ambiental e permacultor Fábio Vaccaro.

Por fim, em Águas Mornas, tivemos a oportunidade de conversar com a agrônoma e permacultora Bárbara Ventura, egressa da primeira turma da disciplina “Introdução à permacultura” de 2012, que segue organizando o coletivo da Comuna Amarildo.

O oeste de Santa Catarina não foi visitado devido a contratempos, mas 2026 é logo ali.