Permabrasuca passa pelo RS para conhecer experiências em cultura de permanência

No mês de março, o projeto Permabrsuca esteve no RS para conhecer experiências de cultura de permanência em terras pampeanas. Arthur Nanni e Gil Caruso rodaram por inúmeras cidades para conhecer espaços que buscam a promoção da agricultura sintrópica, da valorização de espécies silvestres, das plantas de consumo não-convencionais e, claro, de uma educação libertadora.

Em Três Forquilhas no litoral norte do RS, conhecemos Inês e Ronildo do Sítio Café na Roça, um casal que no final da década de 1990 decidiu converter seu plantio convencional de bananas em um sistema agroflorestal. Hoje as touceiras de bananeiras compartilham espaço com outras espécies produtivas e silvestres para o estabelecimento da harmonia entre o plantio e o ambiente natural.

Em Caraá, os permacultores Gil e Lisiane vivem em um espaço de experimentação de técnicas e multiplicação de sementes crioulas. Ela, agrônoma, compartilha experiências de implantação de sistemas agroflorestais e articula grupos de mulheres para melhorar o empoderamento feminino no campo. Ele, engenheiro mecânico e autodidata, busca desenvolver e experimentar ferramentas de manejo que aumentem a autonomia da agricultura camponesa.

Em Rolante, o Ecosítio Natureza Sagrada mostra a eficiência de um bom planejamento permacultural na promoção da produção de alimentos e da qualidade de vida da família que vive o espaço. Além de buscar autonomia, procuram manter uma intensa interação com a comunidade com foco na educação ambiental de crianças e jovens.

O Sítio Capororoca em Porto Alegre, uma unidade de neorurais, possui um planejamento robusto para ventos constantes e o desenvolvimento de plantas alimentícias não-convencionais, buscando a inserção dessas nas feiras ecológicas, que possuem mais de 40 anos de tradição na cidade e são fruto de muitas conquistas do movimento ambientalista no RS.

No Sítio Sagarana, um espaço marcado pela sucessão de neorurais, o agrônomo Rafael e a engenheira Mayara, seguem implantando sistemas de produção de alimentos que rendem conhecimentos e mantém a família por meio da comercialização de produtos orgânicos na tradicional feira ecológica da Redenção em Porto Alegre.

Ainda em Porto Alegre, no Sítio Natural, Cristine e Roger unem a produção sintrópica à defesa da zona rural do município, por meio da valorização da agricultura familiar e o reconhecimento do seu papel na preservação do cinturão verde da região extremo-sul da capital gaúcha.

Em Nova Santa Rita conhecemos uma sólida experiência em produção agroecológica no espaço Sonho Camponês, uma reserva particular do patrimônio natural criada em um assentamento da reforma agrária onde vivem Olímpio e Azilda, um simpático casal que nos mostra o poder regenerativo proporcionado pela dedicação a produção orgânica.

No sul do RS em São Lourenço do Sul, visitamos o Sítio Espinilho, uma unidade neorural se dedica a recepção de pessoas que queiram estar em contato com a natureza em um ambiente de baixo impacto ambiental e com produção de alimentos para consumo próprio.

Vinculados a FURG, dois projetos de extensão chamam a atenção para a difusão de práticas em permacultura. A “Oficina permanente de bioconstrução” visa popularizar técnicas de construção ecológica entre alunos da instituição e participantes da comunidade de São Lourenço do Sul. Já o projeto de pesquisa-ação “Panc pop”, busca a valorização e popularização das plantas alimentícias não-convencionais junto a famílias camponesas.

Ainda no sul do Estado, visitamos o espaço da Família Schiavon em Pelotas, que iniciou atividades na agroecologia em meados da década de 1990 com a implantação de sistemas agroflorestais. Hoje o espaço de vida dessa família produz cerca de 70 espécies de interesse econômico e processa algumas delas em uma agroindústria. O escoamento dos produtos se dá uma feira ecológica que acontece há mais de 30 anos na sede do município.

Em Canguçu, o sítio Vida na Terra se empenha no desenvolvimento e experimentação de sistemas agroflorestais com foco na produção orgânica de frutas silvestres como o butiá e o araçá. O espaço conta com uma agroindústria de sucos e comercializa seus produtos na região.

No município de Agudo, duas famílias tocam a Estação de Permacultura Jerivá desde 2020, um espaço de vida e popularização da permacultura. Nele, os visitantes podem conhecer mais sobre técnicas de bioconstrução e produção orgânica de alimentos para consumo.

Em Guaporé, no planalto gaúcho, a Cidade-escola Ayni é uma iniciativa educacional autogestionada, que se consolidou como uma escola de contraturno para crianças que estão no nível infantil e primeiros anos do ensino fundamental. O espaço foi bioconstruído coletivamente e se harmoniza com o espaço concedido pela prefeitura do município. Além de salas de aula, a escola conta com “salas de árvores” e sistemas sintrópicos de cultivo de alimentos.

Professores da UFFS e UFSC visitam Nova Palma no RS visando produção regenerativa

Nos dias 22 e 23 de março pesquisadores da Rede NEPerma Brasil vinculados às Universidades Federais da Fronteira Sul (UFFS) e de Santa Catariana (UFSC), estiveram visitando a microbacia hidrográfica do Arroio Portela em Nova Palma/RS. A visita teve como foco reconhecer as características naturais e do uso da terra, com vistas a proposição de implantação de técnicas regenerativas de produção de alimentos, que visam atenuar os efeitos das enchentes, como a que ocorreu no município em abril de 2024, contabilizando prejuízos materiais e humanos.

No sábado, dia 22, sob a companhia de Gisele Bertoldo, mulher camponesa residente na comunidade do Chapadão. a equipe conversou com pequenos produtores rurais de Nova Palma que mantém diversidade de sementes de culturas tradicionais, como o acervo de feijões do Miro DePellegrin.

Sr. Miro DePellegrin realizando a doação de feijões criolos cultivados em sua pequena propriedade na comunidade de Gramado, interior do município.

No domingo, dia 23, os pesquisadores e permacultores Leônidas Descovi Filho, Arthur Nanni e Gil Caruso, realizaram atividade de campo para coleta de dados visando um diagnóstico ambiental da microbacia do Arroio Portela.

O diagnóstico visa uma colaboração técnica entre universidades e é um passo inicial para a composição de uma proposta de implantação de técnicas regenerativas naquela bacia. Produção de alimentos, geração de renda e a preservação ambiental são aliadas para a diminuição da velocidade das águas do Arroio Portela em ocasiões de enxurrada, evitando-se futuros prejuízos à população Novapalmense.

Permabrasuca na estrada nas regiões Sudeste, Centro-oeste e Sul.

Nós da Rede Brasileira de Núcleos e Estudos em Permacultura estamos desenvolvendo uma pesquisa com objetivo de registrar “técnicas permaculturais” desenvolvidas pelo Brasil afora em cada um de seus contextos, por exemplo, para as realidades de cada bioma.
Para isso, estaremos na estrada nos próximo meses cobrindo os estados das regiões Sudeste, Centro-oeste e Sul em busca de permacultores (por formação), assentados e originais (povos tradicionais, indígenas, quilombolas, ribeirinhos, etc.) que desenvolvem uma “cultura de permanência”. Isto é, que estão há gerações vivendo de forma sustentável em seus locais, com o mínimo de necessidade de importação de recursos externos ao seu sistema, priorizando, assim, ciclos curtos e fechados.
Se você tiver contatos de parcerias nessa linha, por favor, nos informe.

Arthur
neperma.ufsc@gmail.com
Telegram – @arthurnanni
Zap – https://wa.me/554820130002
Matrix – @nanni:matrix.org
Mastodon – @RedePermaculturaBrasil@mastodon.social

Perma se consolida como periódico científico-popular

A Revista Perma é uma publicação da Rede NEPerma Brasil, que busca promover e popularizar a permacultura. A obtenção do registo ISSN 3085-6760 consolida a Revista como periódico científico-popular na temática da permacultura.

Agora, cada artigo publicado conta com um DOI que fornece um link permanente, facilitando o acesso e o compartilhamento das obras publicadas na Revista Perma.

Com dois números publicados, a Revista Perma está com chamada aberta para submissões de manuscritos para o próximo número, que serão recebidas até 1º de Maio de 2025 para que as primeiras publicações sejam lançadas em fluxo contínuo a partir de 22 de setembro no equinócio de primavera de 2025.

Você pode se cadastrar em nosso site como autor(a), leitor(a) e/ou revisor(a).

Ajude-nos a popularizar a permacultura!

Convite para publicar no terceiro número da Revista Perma

A Rede NEPerma Brasil convida você a submeter trabalhos e conteúdos multimídia destinados a compor a terceira edição de primavera da Revista PERMA – 2025.

As submissões para esta edição serão recebidas até 1º de maio de 2025 para que as primeiras publicações sejam lançadas em fluxo contínuo a partir de 22 de setembro no equinócio de Primavera.

Você pode se cadastrar em nosso site como autor(a), leitor(a) e/ou revisor(a).

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