Permabrasuca amplia visitas em SP

Em agosto e setembro novas experiências em permacultura foram visitadas em São Paulo, buscando verificar técnicas e tecnologias sociais em Pariquera-Açu, Cananeia, São paulo, Vargem Grande Paulista, Salto e Botucatu, desenvolvidas em contextos urbanos e rurais do Estado.

Essa ampliação foi necessária para melhorar a cobertura das experiências em permacultura, pois os Estados de São Paulo e Santa Catarina abrigam a maior parte daquelas pré-catalogadas pela equipe de pesquisadores do projeto, o que reflete a presença de pessoas interessadas na criação de cursos de graduação em instituições federais de ensino superior.

Distribuição por estado das assinaturas em prol da criação de cursos de graduação em permacultura.

Em Pariquera-Açu, visitamos o Sítio Porto do sol, um espaço que no passado foi estruturado para o monocultivo de chás com foco na Camellia sinensis, que foram abandonados. Hoje, o espaço está sendo restruturado para operar como moradia familiar, centro de treinamento e cultivo diversificado em sistemas agroflorestais com a revitalização das árvores de chá branco.

Na Cananeia, o espaço de vida de Clodoaldo e Suzete apresenta uma agrofloresta com mais de 30 anos de manejo, que apresenta a estudantes e turistas como é possível produzir alimentos verdadeiros em harmonia com a natureza.

Na região de Parelheiros no sul da capital conhecemos o projeto “Parelheiros saudável”, que atende cidadãos de 6 bairros, em sua maioria crianças, com atividades de contraturno escolar que buscam promover o voluntariado comunitário por meio de oficinas, leituras e hortas comunitárias.

Ainda no sul da cidade de São Paulo, o Sítio Maravilha está sendo implantado para operar como uma unidade de referência e centro de treinamento para agricultores do contexto periurbano da capital. O espaço possui uma série de tecnologias sociais em um didático planejamento permacultural.

Na zona norte da capital, o projeto Horta-pro-nóbis é um local de resistência desenvolvido pelo professor Rafael, que vem conscientizando a comunidade sobre a importância de espaços comunitários de produção de alimentos, em uma área verde ocupada desde 2020.

Em Vargem Grande Paulista tivemos a oportunidade de conhecer o Sitiom, um espaço coletivo de promoção da educação ambiental por meio da produção de alimentos, bioconstruções, recepção de grupos de estudantes, tratamento ecológico de efluentes e compostagem de resíduos orgânicos.

Na cidade de Salto, uma área degradada de pasto e cercada por condomínios ao lado de uma escola pública, abriga o Espaço Agroecológico Sol de Icaraí, que busca a conscientização ambiental e a promoção da permacultura. As ações e iniciativas ali “plantadas” já ultrapassaram os domínios do espaço para se tonarem visibilizadoras de pessoas marginalizadas e serviram de base legal para criação de políticas públicas no município.

A UNESP de Botucatu vem desenvolvendo uma série de projetos voltados a educação ambiental por meio de ações de extensão, que levam a comunidade tecnologias sociais como o tratamento ecológico de efluentes domésticos e as tintas naturais.

Rede NEPerma Brasil
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Sítio da Rede Brasileira de Núcleos e Estudos em Permacultura

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Permabrasuca conhece experiências no RJ

Seguindo com as verificações em campo, os pesquisadores Arthur Nanni (UFSC), Luiza Valente e Dirlane do Carmo (UFF) conheceram experiências localizadas em Niterói, Cachoceiras do Macacu e Nova Friburgo no estado do Rio de Janeiro.

Em Niterói conhecemos o trabalho do Laboratório de Práticas Agrícolas Sustentáveis da Universidade Federal Fluminense, que atua na oferta de cursos de extensão e disciplinas de graduação e pós-graduação, que abordam a temática da agroecologia e permacultura.

Na região oceânica de Niterói o “Centro de Educação Ambiental Amaravista” busca regenerar um espaço urbano que foi alvo de grilagem no passado e, que passou para a tutela da comunidade depois de muita persistência coletiva. No local, práticas de compostagem, plantio de mudas e cultivo de alimentos orgânicos são praticados por voluntários.

Na região serrana em Nova Friburgo, o “Sítio Cultivar” protege nascentes e cultiva alimentos biodinâmicos há mais de 34 anos e os comercializa em feiras locais, promovendo a geração de empregos na comunidade e a valorização das paisagens naturais.

Em Cachoeiras do Macacu, José Ataíde do “Sítio Balaio Orgânico”, que participou do 3º Curso de Planejamento em Permacultura para Educadores em 2022, abriu as porteiras para nos mostrar seus sistemas agroflorestais e o manejo integrado das águas.

Ainda em Cachoeiras do Macacu, visitamos o “Sítio Maloca Florestal”, que iniciou atividades em 2021 e segue em implantação com o desenvolvimento de sistemas agroflorestais e criação de abelhas melíponas.

Permabrasuca passa pelo RS para conhecer experiências em cultura de permanência

No mês de março, o projeto Permabrsuca esteve no RS para conhecer experiências de cultura de permanência em terras pampeanas. Arthur Nanni e Gil Caruso rodaram por inúmeras cidades para conhecer espaços que buscam a promoção da agricultura sintrópica, da valorização de espécies silvestres, das plantas de consumo não-convencionais e, claro, de uma educação libertadora.

Em Três Forquilhas no litoral norte do RS, conhecemos Inês e Ronildo do Sítio Café na Roça, um casal que no final da década de 1990 decidiu converter seu plantio convencional de bananas em um sistema agroflorestal. Hoje as touceiras de bananeiras compartilham espaço com outras espécies produtivas e silvestres para o estabelecimento da harmonia entre o plantio e o ambiente natural.

Em Caraá, os permacultores Gil e Lisiane vivem em um espaço de experimentação de técnicas e multiplicação de sementes crioulas. Ela, agrônoma, compartilha experiências de implantação de sistemas agroflorestais e articula grupos de mulheres para melhorar o empoderamento feminino no campo. Ele, engenheiro mecânico e autodidata, busca desenvolver e experimentar ferramentas de manejo que aumentem a autonomia da agricultura camponesa.

Em Rolante, o Ecosítio Natureza Sagrada mostra a eficiência de um bom planejamento permacultural na promoção da produção de alimentos e da qualidade de vida da família que vive o espaço. Além de buscar autonomia, procuram manter uma intensa interação com a comunidade com foco na educação ambiental de crianças e jovens.

O Sítio Capororoca em Porto Alegre, uma unidade de neorurais, possui um planejamento robusto para ventos constantes e o desenvolvimento de plantas alimentícias não-convencionais, buscando a inserção dessas nas feiras ecológicas, que possuem mais de 40 anos de tradição na cidade e são fruto de muitas conquistas do movimento ambientalista no RS.

No Sítio Sagarana, um espaço marcado pela sucessão de neorurais, o agrônomo Rafael e a engenheira Mayara, seguem implantando sistemas de produção de alimentos que rendem conhecimentos e mantém a família por meio da comercialização de produtos orgânicos na tradicional feira ecológica da Redenção em Porto Alegre.

Ainda em Porto Alegre, no Sítio Natural, Cristine e Roger unem a produção sintrópica à defesa da zona rural do município, por meio da valorização da agricultura familiar e o reconhecimento do seu papel na preservação do cinturão verde da região extremo-sul da capital gaúcha.

Em Nova Santa Rita conhecemos uma sólida experiência em produção agroecológica no espaço Sonho Camponês, uma reserva particular do patrimônio natural criada em um assentamento da reforma agrária onde vivem Olímpio e Azilda, um simpático casal que nos mostra o poder regenerativo proporcionado pela dedicação a produção orgânica.

No sul do RS em São Lourenço do Sul, visitamos o Sítio Espinilho, uma unidade neorural se dedica a recepção de pessoas que queiram estar em contato com a natureza em um ambiente de baixo impacto ambiental e com produção de alimentos para consumo próprio.

Vinculados a FURG, dois projetos de extensão chamam a atenção para a difusão de práticas em permacultura. A “Oficina permanente de bioconstrução” visa popularizar técnicas de construção ecológica entre alunos da instituição e participantes da comunidade de São Lourenço do Sul. Já o projeto de pesquisa-ação “Panc pop”, busca a valorização e popularização das plantas alimentícias não-convencionais junto a famílias camponesas.

Ainda no sul do Estado, visitamos o espaço da Família Schiavon em Pelotas, que iniciou atividades na agroecologia em meados da década de 1990 com a implantação de sistemas agroflorestais. Hoje o espaço de vida dessa família produz cerca de 70 espécies de interesse econômico e processa algumas delas em uma agroindústria. O escoamento dos produtos se dá uma feira ecológica que acontece há mais de 30 anos na sede do município.

Em Canguçu, o sítio Vida na Terra se empenha no desenvolvimento e experimentação de sistemas agroflorestais com foco na produção orgânica de frutas silvestres como o butiá e o araçá. O espaço conta com uma agroindústria de sucos e comercializa seus produtos na região.

No município de Agudo, duas famílias tocam a Estação de Permacultura Jerivá desde 2020, um espaço de vida e popularização da permacultura. Nele, os visitantes podem conhecer mais sobre técnicas de bioconstrução e produção orgânica de alimentos para consumo.

Em Guaporé, no planalto gaúcho, a Cidade-escola Ayni é uma iniciativa educacional autogestionada, que se consolidou como uma escola de contraturno para crianças que estão no nível infantil e primeiros anos do ensino fundamental. O espaço foi bioconstruído coletivamente e se harmoniza com o espaço concedido pela prefeitura do município. Além de salas de aula, a escola conta com “salas de árvores” e sistemas sintrópicos de cultivo de alimentos.

Professores da UFFS e UFSC visitam Nova Palma no RS visando produção regenerativa

Nos dias 22 e 23 de março pesquisadores da Rede NEPerma Brasil vinculados às Universidades Federais da Fronteira Sul (UFFS) e de Santa Catariana (UFSC), estiveram visitando a microbacia hidrográfica do Arroio Portela em Nova Palma/RS. A visita teve como foco reconhecer as características naturais e do uso da terra, com vistas a proposição de implantação de técnicas regenerativas de produção de alimentos, que visam atenuar os efeitos das enchentes, como a que ocorreu no município em abril de 2024, contabilizando prejuízos materiais e humanos.

No sábado, dia 22, sob a companhia de Gisele Bertoldo, mulher camponesa residente na comunidade do Chapadão. a equipe conversou com pequenos produtores rurais de Nova Palma que mantém diversidade de sementes de culturas tradicionais, como o acervo de feijões do Miro DePellegrin.

Sr. Miro DePellegrin realizando a doação de feijões criolos cultivados em sua pequena propriedade na comunidade de Gramado, interior do município.

No domingo, dia 23, os pesquisadores e permacultores Leônidas Descovi Filho, Arthur Nanni e Gil Caruso, realizaram atividade de campo para coleta de dados visando um diagnóstico ambiental da microbacia do Arroio Portela.

O diagnóstico visa uma colaboração técnica entre universidades e é um passo inicial para a composição de uma proposta de implantação de técnicas regenerativas naquela bacia. Produção de alimentos, geração de renda e a preservação ambiental são aliadas para a diminuição da velocidade das águas do Arroio Portela em ocasiões de enxurrada, evitando-se futuros prejuízos à população Novapalmense.

Permabrasuca na estrada nas regiões Sudeste, Centro-oeste e Sul.

Nós da Rede Brasileira de Núcleos e Estudos em Permacultura estamos desenvolvendo uma pesquisa com objetivo de registrar “técnicas permaculturais” desenvolvidas pelo Brasil afora em cada um de seus contextos, por exemplo, para as realidades de cada bioma.
Para isso, estaremos na estrada nos próximo meses cobrindo os estados das regiões Sudeste, Centro-oeste e Sul em busca de permacultores (por formação), assentados e originais (povos tradicionais, indígenas, quilombolas, ribeirinhos, etc.) que desenvolvem uma “cultura de permanência”. Isto é, que estão há gerações vivendo de forma sustentável em seus locais, com o mínimo de necessidade de importação de recursos externos ao seu sistema, priorizando, assim, ciclos curtos e fechados.
Se você tiver contatos de parcerias nessa linha, por favor, nos informe.

Arthur
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