Contextos fitoecológicos

Uma boa leitura da paisagem é um dos principais aspectos a serem considerados na tomada de decisão sobre quais técnicas devem ou não serem adotadas em um espaço planejado pela lógica da permacultura, pois a paisagem é sempre “fruto da interação entre os componentes bióticos (vegetação e animais) e abióticos (clima, rocha, relevo e solo) resultando, em diferentes ambientes e, consequentemente, inúmeras fisiosionomias vegetacionais ou tipos de vegetação” (IBGE, 2019).

Nesse sentido, entendemos que a manifestação de vida em superfície, através da vegetação, nos dá uma excelente ideia sobre as condições biogeoclimáticas de uma determinada paisagem. Sendo assim, adotamos como guia espacial de planejamento, os contextos fitoecológicos estabelecidos pelo IBGE, através da publicação Macrocaracterização dos Recursos Naturais do Brasil. Mais especificamente, utilizamos as Regiões Fitoecológicas propostas nessa obra, para estabelecer um guia de aplicabilidade das técnicas estudadas e aqui apresentadas. Conforme IBGE (2019), as Regiões Fitoecológicas podem ser definidas “como um espaço definido por uma florística de gêneros típicos e de formas biológicas características que se repetem dentro de um mesmo clima, podendo ocorrer em terrenos de litologia variada, mas com relevo bem-marcado”.

A obra propõe um total de nove Regiões Fitoecológicas (tipos de vegetação) e
Outras Áreas. Um ícone foi criado para cada uma dessas regiões ou áreas, visando orientar o leitor sobre qual/is regiões uma determinada técnica harmoniza com o contexto fitoecológico. Às nove regiões foram assim estabelecidas:

 Floresta Ombrófila Densa (Floresta Tropical Pluvial);
 Floresta Ombrófila Aberta;
 Floresta Ombrófila Mista;
 Floresta Estacional Semidecidual;
 Floresta Estacional Decidual (Floresta Tropical Caducifólia);
 Campinarana;
 Savana;
 Savana-Estépica (Caatinga); e
 Estepe.

As outras áreas são constituídas de:
 Formações Pioneiras (Mangues, Restingas e Vegetação Aluvial) e
 Áreas de Tensão Ecológica (áreas de contato/transição entre dois ou três tipos de vegetação).

As outras áreas são constituídas de:
Formações Pioneiras (Mangues, Restingas e Vegetação Aluvial) e
Áreas de Tensão Ecológica (áreas de contato/transição entre dois ou três tipos de vegetação).

Segundo IBGE (2019), 

As Formações Pioneiras são áreas pedologicamente instáveis, com sedimentos inconsolidados ou pouco consolidados, sob a influência de diferentes processos de acumulação: marinha (Restingas), fluviomarinha (Manguezal e Campo Salino) e aluvial (Comunidades Aluviais).

Já as Áreas de Tensão Ecológica (Contatos), “estão entre duas ou mais Regiões Fitoecológicas e se misturam ou formam mosaicos de vegetação” (IBGE, 2019), sabidamente mais biodiversas por se tratarem de ecótonos, onde o efeito de borda permite a sobreposição de feições de diferentes regiões fitoecológicas.

Regiões fitoecológicas (IBGE, 2019)

Acesse aqui esse mesmo mapa mais detalhado em formato PDF.

Referências

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2019). Regiões fitoecológicas. In: Macrocaracterização dos Recursos Naturais do Brasil. https://www.ibge.gov.br/apps/macrocaracterizacao/#/home