A energia do sol compreende todas as manifestações de fluxo direto da radiação solar e que podem ser aproveitadas para realizar trabalhos, tais como aquecer água, cozinhar alimentos, estimular a fotossíntese, iluminar ambientes, entre outros. Entenda mais sobre as energias que se manifestam na paisagem em Fluxos energéticos.
Dentre as tecnologias sociais para uso dessa energia destacamos:
Fogão solar
👆🏼Entenda os Contextos fitoecológicos onde a técnica é adequada.
É uma tecnologia social que permite aproveitar a energia direta do sol para o aquecimento e cozimento de alimentos e água.
Características
É um elemento estrutural que se baseia nos padrões parabólico e radial para aproveitar a energia direta do sol, fazendo com que a reflectância da radiação seja concentrada em um ponto específico da estrutura, permitindo assim o alcance de altas temperaturas que possibilitam o cozimento de alimentos.
Necessidades
A tecnologia necessita obviamente de luz solar intensa e persistente por um bom período de tempo, bem como, da operação contínua enquanto há o preparo de alimentos, tal como se faz em um fogão convencional a gás GLP ou elétrico, por indução.
Funções
O fogão solar tem como funções primordiais o cozimento de alimentos e aquecimento de água, conferindo-lhe poucas atribuições dentro do espaço planejado, o que talvez faça com que seja pouco adotado em espaços permaculturais. Unido a isso, sua operação fora do ambiente da cozinha dificulta a adoção por estar fora da rotina da preparação de alimentos.
Porém, uma função não explícita, é a autonomia energética. Ou seja, a depender das pretensões de uso, somente essa função já justificaria sua adoção. Nesse sentido, seu uso no ensino sobre energias renováveis e/ou física, se revela como uma função adicional. Nesse sentido, o SERTA disponibiliza a cartilha “Fogão solar de papelão”, que explica como construir um fogão didático com poucos recursos.
A tecnologia em detalhe
O fogão solar é uma tecnologia de baixo custo que se baseia no aproveitamento da radiação solar em sua banda infravermelha, que não pode ser vista, mas pode ser sentida pelo calor. Sua estrutura em padrão parabólico ou painel refletor faz com que haja uma concentração dessa radiação em um ponto focal ou superfície, que através da reflexão dos raios solares, permitem atingir altas temperaturas.
Além do modelo em padrão parabólico, o fogão solar pode ser também do tipo painel ou caixa. O tipo painel possui uma tampa refletora e é menos eficiente que o parabólico, por não concentrar a radiação em um ponto específico. Já o fogão caixa, possui um vidro de cobertura que amplia o efeito estufa, operando como se fosse um forno. Mais detalhes sobre os fogões solares podem ser conferidos no artigo Fogão solar do tipo painel com materiais de baixo custo: Uma alternativa para cocção de alimentos.
O fogão solar deve contar com dispositivos que permitam captar o máximo de radiação. Assim, a parabólica deve estar voltada para o sol na maior parte do tempo, incluindo o sentido de abertura e a sua inclinação. Isso é possível usando-se rodas e um esquema de basculamento angular, como mostrado na imagem a seguir, onde é usada uma roda de bicicleta soldada a um eixo que bascula o corpo principal.
A tecnologia pode ser utilizada em todos os contextos fitoecológicos, mas é menos indicada para Floresta Ombrófila Mista (FOM) e Estepe (EST), Formações pioneiras (PIO) e Contatos (ATE) presentes no sul do Brasil, onde há menor incidência solar ao longo do ano, restringindo o uso ao período do verão, subutilizando-se a tecnologia.
Verificação de aplicação
A tecnologia do fogão solar foi verificada em setembro de 2024 na unidade demonstrativa de ensino de Ibimirim/PE do Serviço de Tecnologia Alternativa (SERTA), planejada pelo permacultor Sebastião Alves dos Santos. Também verificado em agosto de 2023 no Laboratório de irrigação do Centro de Ciências Agrárias da UFSC em Florianópolis/SC.
Referências de suporte
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