Aterrar na permacultura em favor de outros mundos possíveis na era do antropoceno
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.14751274Palavras-chave:
Permacultura, Ensino, Antropoceno, Novo Regime ClimáticoResumo
Este artigo tem como objetivo apresentar uma leitura da permacultura a partir dos estudos críticos da Virada Ontológica da Antropologia e Filosofia da Ciência na Era do Antropoceno. Parte da hipótese de ficção política apresentada por Bruno Latour e da afirmação de um Novo Regime Climático, que avançou de um contexto de “crise” ambiental de fins do século XX, para o de “mutações”, contemporaneamente. Esta realidade, entretanto, apesar de todas as evidências e dados sobre o aquecimento global e suas consequências, vem sendo negada por uma elite neoliberal - desde a década de 1980 - resultando em um movimento internacional negacionista do clima, entre outros. É nessa conjuntura de passagem da “crise” às “mutações” ocorridas no social, na política e na biosfera da Terra, que a permacultura aparece como uma grande “ideia para adiar o fim do mundo”, na expressão de Ailton Krenak, ou como resistência para a Grande Virada, conforme Joanna Macy e Chris Johnstone, exigindo que entremos em ação e atualizemos nossa forma de pensar, agir e organizar nessa nova conjuntura de catástrofes e ruínas.
Downloads
Referências
Capra, F., & Luisi, P. L. (2014). A visão sistêmica da vida: Uma concepção unificada e suas implicações filosóficas, políticas, sociais e econômicas. Cultrix.
Cariry, R. C. (2019). Dona Ciça: O barro das maravilhas. Interarte.
Castro, E. V. de, & Danowski, D. (2014). Há mundo por vir? Ensaio sobre os medos e os fins. Florianópolis: Cultura e Barbárie; Instituto Socioambiental.
Costa, A. (2021). As mil faces de Gaia. https://quatrocincoum.com.br/resenhas/divulgacao-cientifica/as-mil-faces-de-gaia/.
Domanska, E. (2013). Para além do antropocentrismo nos estudos históricos. Revista Expedições: Teoria da História e Historiografia (ISSN 2179-6386), 4(1), Artigo 1. https://www.revista.ueg.br/index.php/revista_geth/article/view/1768
Felipe, S. T. (2006). Fundamentação ética dos direitos animais. O legado de Humphry Primatt. Revista Brasileira de Direito Animal, 1(1), Artigo 1. https://doi.org/10.9771/rbda.v1i1.10249
Ferdinand, M. (2022). Uma ecologia decolonial (1o ed). Ubu.
Ferreira-Neto, D. N. (2018). Uma alternativa para a sociedade: Caminhos e perspectivas da permacultura no Brasil.
Figueiró, A. S. (2020). O desafio da educação diante de um cenário de colapso ambiental no antropoceno. Em Educação ambiental—Cenários atuais da saúde ambiental e humana. Seabra, G. Barlavento.
Freyesleben, A. (2023). Os tempos do Antropoceno: Reflexões sobre limites, intensidade e duração. História (São Paulo), 42, e2023038. https://doi.org/10.1590/1980-4369e2023038
Haraway, D. (2022). Quando as espécies se encontram (J. Fausto, Trad.). Ubu Editora.
Holmgren, D. (2013). Permacultura: Princípios e caminhos além da sustentabilidade. Via Sapiens.
IBGE. (2023). Censo Demográfico 2022: Indígenas: Primeiros resultados do universo. (p. 193). IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=2102018
Kopenawa, D., & Albert, B. (with d’Aguiar, R. F.). (2023). O espírito da floresta: A luta pelo nosso futuro. Companhia das Letras.
Kopenawa, D., & Albert, B. (with Perrone-Moisés, B.). (2015). A queda do céu. Companhia das Letras.
Krenak, A. (2022). Futuro Ancestral. Companhia das Letras.
Latour, B. (2018). Qual cosmos, quais cosmopolíticas? Comentário sobre as propostas de paz de Ulrich Beck. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, 69, Artigo 69. https://doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v0i69p427-441
Latour, B. (2020). Onde aterrar?: Como se orientar politicamente no antropoceno. Bazar do Tempo Produções e Empreendimentos Culturais LTDA.
Lovelock, J. E., & Tickell, C. (2006). The revenge of Gaia: Earth’s climate crisis and the fate of humanity. Basic Books.
Macy, J., & Johnstone, C. (2020). Esperança ativa: Como encarar o caos em que vivemos sem enlouquecer (1o ed). Bambual.
Mollison, B. (1988). Permaculture: A Designers’ Manual (8o ed). Tagari Publication.
Morel, A. P. M. (2023). “Um mundo onde caibam muitos mundos”: As palavras verdadeiras de educadores zapatistas. Revista de Antropologia, 66, e210610. https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2022.210610
Morin, E. (2011). Os sete saberes necessários à educação do futuro. Cortez Editora.
Oliveira, J. C. (2022). Prefácio. Um encontro com O cogumelo no fim do mundo. Em O cogumelo no fim do mundo: Sobre a possibilidade de vida nas ruínas do capitalismo. Tsing, A. L. 2022. N-1 Edições.
Pappiani, A. M. (2009). Povo verdadeiro: Os povos indígenas no Brasil (1a edição). IKORĚ.
Pickering, A. (2013). Being in an environment: A performative perspective. Natures Sciences Sociétés, 21(1), Artigo 1. https://doi.org/10.1051/nss/2013067
Porto-Gonçalves, C. W. (2009). Entre América e Abya Yala – tensões de territorialidades. Desenvolvimento e Meio Ambiente, 20. https://doi.org/10.5380/dma.v20i0.16231
Povinelli, E. (2022). Geontologias (M. Ruggieri, Trad.). Ubu Editora.
Rolnik, S. (2021). Esferas da insurreição: Notas para uma vida não cafetinada (2o ed). n-1 edições.
Santos, R. M. (2020). A disputa pelo futuro é hoje. Entrevista especial com Alexandre Araújo Costa. IHU On-Line. https://www.ihu.unisinos.br/categorias/159-entrevistas/598495-a-disputa-pelo-futuro-e-hoje-entrevista-especial-com-alexandre-araujo-costa
Silva, S. M. da S. (2005). Mulheres fazem [Folheto].
Soares, L. M. (2020). Multinaturalismo e equivocidade de mundos em tempos de crise ambiental. Cadernos PET-Filosofia, 18(2). https://doi.org/10.5380/petfilo.v18i2.68084
Souza, G. M. de. (2020). Envolver o que nos envolve: Permacultura e sítios ecológicos em paisagens multiespécies na Serra do Espinhaço. [Tese (Doutorado), Universidade Federal de Minas Gerais - Departamento de Antropologia e Arqueologia - Programa de Pós-Graduação em Antropologia]. https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/45379
Stengers, I. (2018). A proposição cosmopolítica. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, 69, Artigo 69. https://doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v0i69p442-464
Tsing, A. (2022). O cogumelo no fim do mundo: Sobre a possibilidade de vida nas ruínas do capitalismo. N-1 Edições.
Wahl, D. C. (2020). Design de culturas regenerativas. Bambual Editora LTDA.
Willett, W., Rockström, J., Loken, B., Springmann, M., Lang, T., & Vermeulen, S. (2019). Food in the Anthropocene: The EAT-Lancet Commission on healthy diets from sustainable food systems. Lancet.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Categorias
Licença
Copyright (c) 2024 Francisca Pereira dos Santos

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.